07 outubro, 2010

Figo

De um instante ao infinito dele mesmo, transformações insanas acontecem. O amor, que simplesmente acaba, o desejo que cessa sem realizar-se, a palavra dita que se arrepende de ter transgredido a boca. Assusta, sim!
Medo doído e dor que demora a passar. O instante comprido da dor, que enrola, passa por todo o corpo devagarzinho, sem pressa de sair.
Destrói células, vai matanto uma a outra. Apoptoses intensas acontecem, mas graças àquele vodka esquecida no fundo do armário, não as sinto morrer. E no final, a mistura das lágrimas, café e vodka, é o único sabor que se faz presente em minha boca. Que outrora tinha o gosto do lábio, mácio e doce como figo recém cortado.
Instantes pequenos, tirou-me o doce dos seus lábios, amargando-me em nãos.

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