12 setembro, 2010

Inerte
Vejo-me dessa forma. Sendo mais um marionete nessa merda de teatro que somos obrigados a aplaudir, mesmo sem gostar. Sem movimento próprio, sendo guiada apenas por cordinhas aparentemente frágeis, porém que me seguram com tanta vontade que vejo-me sem nenhuma.
Pode-se dizer também que virei rapidamente um soldadinho, do gigante e poderoso exército do capital, marchando em busca de um objetivo traçado pelo sistema. Sistema esse que de tão perfeito conseguiu prender a todos através das suas cordinhas e fardas, moldando-nos feito bichos presos em gaiolos, sem liberdade, sem escolha, sem vontade de lutar.
A inércia começa a atordoar-me, é um grito gritando pelo movimento, ele sai de mim com a vontade de atingir diretamente cada existência que presenteia a teia da vida com seu músculo involuntário pulsante, histérico, frágil e mentiroso.
Estamos virando pedras e em breve nos reduziremos a pó. Em coisas que só com muita água pra descer, pra agüentar. Somos cada vez mais inúteis, mesmo com tantos motivos para lutar continuamos satisfeitos com o direito (e quase obrigação) te usufruirmos do capital escroto que movimento com tanta facilidade a todos. Porque sim, o capital, ele é. É ele o motor vital que nos consome, nos fazendo desaparecer bem devagarzinho, até chagarmos, como já disse a meros restos. É como se fossemos os coprófagos e ele, o capital, as fezes que nos dar energia para continuar abrindo os olhos.

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