25 maio, 2011

Perder-se

Quando o branco invade tudo que está em volta dos meus olhos, entrega-me a liberdade maior de todas fazendo perder-me nas palavras que não há. Digo o que desejo apenas em pensamento único, que dissipa como água derramada, e o branco cresce, inexplicavelmente, pois dentro, tudo encontra-se transbordando de ideias e vontade de extrapolar-me. A liberdade espalha-se em mim, confundindo todas as linhas que tentei seguir; e assim fico, totalmente água ao chão, desejando o aquecer do amarelo maior, para transformar-me em outras possibilidades. Agora sinto, a saudade do que posso ser, a vontade de descobrir o cheiro que posso exalar para conectar intimamente a vida marcada nas nossas mãos. O âmago comum do mundo e eu, acreditando na complementação dos meus átomos com o inteiro que me rodeia. Misturando as cores todas, fazendo nascer-me mais uma vez ao sol, mudando a essência da minha esperança agora pequena, mas que cresce quando a beleza do eu, espalha-se pela imensidão do viver.

13 maio, 2011

Os versos que outrora transbordavam da sua boca,
escuto hoje pela fresta da porta.
As palavras derramados já não têm seus lábios,
porém, ainda tens a culpa do arrepiar na minha pele,
pelas lembranças do passado mais presente que vivo.


Não cabe em mim, conter o lacrimejar de saudade,
e o medo da ausência que não deixa de estar.
Não desejo mais seu corpo, nem você
desejo as cenas dos meu olhos de menina:
beleza sem fim, do amor inteiro.