O breve despertar do riso
Acompanhando as tantas cores
De uma nova manhã
Os dizeres com duplas intenções,
E os olhares fixos incertos,
Absorvendo e transbordando palavras.
A chuva que chega,
Embalando o ritmo do amanhecer
E limpando a ressaca dos copos divididos,
Dos tragos suaves, como as nuvens que despertam.
Tantos sons,
Finitos.
Restamos nós
Como fazemos a cada fim de espetáculo,
Saboreando conversas bobas,
Direcionadas ao mais profundo do ser.
Somos almas expostas.
E mentiras nas verdades mais absurdas.
As taças rubras já sem cor e a maquiagem já escorrida,
Transparecendo o que não deixamos.
Mas ainda é beleza se assim quisermos.
E nossas percepções podem ir além do que é.
Não somente boca, não somente ouvidos.
Somos a união do todo.