27 outubro, 2010

Leveza

vejo, por um pequeno espaço toda a sua raiva
da sua dor desejaria estar perto, para te aquecer.

abraço estreito te daria ao soluçar sua tristeza;
e nos seus cabelos, com leveza passaria as mãos
cobri-lhe-ia de ternura, tentando apagar os
diabos que te permeiam,
querendo ficar.

desejaria estar bem, meu.
para alcançar-lhe a alma.

17 outubro, 2010

Lembranças, molhadas, limpando-me com lágrimas envergonhadas e quentes. Que queimam-me, trazendo a dor da solidão de nós. Quero afogar-me no meu próprio pranto, pra então esquecer do que fomos.

07 outubro, 2010

Figo

De um instante ao infinito dele mesmo, transformações insanas acontecem. O amor, que simplesmente acaba, o desejo que cessa sem realizar-se, a palavra dita que se arrepende de ter transgredido a boca. Assusta, sim!
Medo doído e dor que demora a passar. O instante comprido da dor, que enrola, passa por todo o corpo devagarzinho, sem pressa de sair.
Destrói células, vai matanto uma a outra. Apoptoses intensas acontecem, mas graças àquele vodka esquecida no fundo do armário, não as sinto morrer. E no final, a mistura das lágrimas, café e vodka, é o único sabor que se faz presente em minha boca. Que outrora tinha o gosto do lábio, mácio e doce como figo recém cortado.
Instantes pequenos, tirou-me o doce dos seus lábios, amargando-me em nãos.