24 janeiro, 2019

do cotidiano, poesia

o tempo passou pela janela
deixei-me acompanhar por inteiro, o movimento das nuvens
e me permiti compreender seus tempos e nossos instantes

o sol nos aqueceu suando minha taça,
que tinha seu gosto,
e minha nuca,
que tinha seu cheiro
acompanhei o escorrer das gotas que dançavam tão lentamente

vimos a Bahia e vivemos suas cores intensas que enche a alma e aquece o peito
nos inspiramos nas palavras e no caminhar lento de Caymmi
permitimos que a vida passasse diante dos olhos,
sem pressa, sem cortes; inteira!

cada detalhe inspirava
as palavras de mestre pastinha nas paredes do bairro,
o arrepio na pele
a emoção nas lembranças do reconstruir de filmes,
dos beijos não dados,
dos dados e, dos que nunca esqueceremos

fizemos cenas de filme com o cotidiano,
que quando não está corrido é lindo,
é cheio de memória, de história.

vimos as palavras da Bahia sendo faladas por bocas e corpos
pelas gentes que nos atravessaram e nem sabiam que o fazia.

as sincronicidades nos acompanharam
a união do Vitória com o Bahia
no mesmo passo do acaso

vivemos!
do dia, poesia.
do tempo, morada.
do corpo, entrega.




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