o sangue findou-se
minha pele não absorveu o seu rubor,
a sua sujeira (...)
sujo, virou os pensamentos carregados
pelo líquido puro que absorve cada canto de mim.
resistir.
existir.
persistir.
a coragem é tirada do mais lindo som,
do qual nem escutado é,
ainda.
o contínuo; a beleza do existir; a força da vida,
o Sim.
23 novembro, 2011
12 agosto, 2011
Encontro
Caminho len-ta-men-te, sentindo os raios de sol que insistentemente fazem em mim esse calor, quase insuportável. Não lembro de me apressar; estou correndo atrás da lembrança do primeiro encontro do nosso olhar. Aquele instante, minúsculo, que olhei e gostei de ter sido atingida pelo seus olhos indecentes. Talvez não importe tanto, mas sei que caminho por nossos ambientes, procurando timidamente o lugar ideal para encontrar-te de novo. mas é inútil, há uma distância encobrindo os olhos ansiosos; talvez a vontade não seja maior que o impossível que estamos querendo mergulhar. Mas, pelo menos, o jogo do mostrar querer-se, da aquele frio na barriga que tanto procura nos meus dias sem graça.
08 agosto, 2011
Impermanência
Do dia chega a noite,
do amor o pranto.
Dos olhos, a cegueira,
Do querer, esquecimento.
Impermanência derramada,
em toda partícula do existir
A consciência incerta,
da tristeza de sumir,
na insegurança do não mais ser.
do amor o pranto.
Dos olhos, a cegueira,
Do querer, esquecimento.
Impermanência derramada,
em toda partícula do existir
A consciência incerta,
da tristeza de sumir,
na insegurança do não mais ser.
29 julho, 2011
09 julho, 2011
Dois
Metade dói ao construir,
outra parte ao desconstruir.
- Caminhos bêbados nas mentes vazias.
Seguir o que?
Não encontro mais os ideais reais,
que move naturalmente,
por um brilho inigualável.
Há, no interior de uns,
um certo vazio sendo construído,
plantado pela desilusão do que nos prende,
do que nos guarda,
nesse infinito inexplicável,
do viver-se.
outra parte ao desconstruir.
- Caminhos bêbados nas mentes vazias.
Seguir o que?
Não encontro mais os ideais reais,
que move naturalmente,
por um brilho inigualável.
Há, no interior de uns,
um certo vazio sendo construído,
plantado pela desilusão do que nos prende,
do que nos guarda,
nesse infinito inexplicável,
do viver-se.
14 junho, 2011
qualquer título
fechamos os olhos;
seguimos o ritmo dos meus pés,
dançando os versos espontâneos
soprados no ar, por seus lábios belos.
cheiramos ao jasmim da nossa cama
e ao café do primeiro despertar.
misturamos,
os nossos doces.
os tantos sonhos nossos
cantados nos poemas declarados
na noite de lua linda.
escuridão que não assusta,
apenas junta.
os pés descalços
pararam o bailar no caminhar doce;
descascaram-se nos lençóis emaranhados,
de amor,
do dia
à noite.
seguimos o ritmo dos meus pés,
dançando os versos espontâneos
soprados no ar, por seus lábios belos.
cheiramos ao jasmim da nossa cama
e ao café do primeiro despertar.
misturamos,
os nossos doces.
os tantos sonhos nossos
cantados nos poemas declarados
na noite de lua linda.
escuridão que não assusta,
apenas junta.
os pés descalços
pararam o bailar no caminhar doce;
descascaram-se nos lençóis emaranhados,
de amor,
do dia
à noite.
05 junho, 2011
estagnar
de repente,
o olhar mudou-se em mim
mas os olhos não conseguem enxergar
como meus instintos querem você.
o silêncio encharca minha vontade
derretendo qualquer declaração ensaiada.
embriago-me, acalmando o desespero dos meus olhos
derramando gotas vermelhamente rubras.
deixo-me levar com a maré,
conservando a energia da confusão interna
onde for, será o mais lindo lugar criado
por um pequeno sentir,
desesperado.
o olhar mudou-se em mim
mas os olhos não conseguem enxergar
como meus instintos querem você.
o silêncio encharca minha vontade
derretendo qualquer declaração ensaiada.
embriago-me, acalmando o desespero dos meus olhos
derramando gotas vermelhamente rubras.
deixo-me levar com a maré,
conservando a energia da confusão interna
onde for, será o mais lindo lugar criado
por um pequeno sentir,
desesperado.
25 maio, 2011
Perder-se
Quando o branco invade tudo que está em volta dos meus olhos, entrega-me a liberdade maior de todas fazendo perder-me nas palavras que não há. Digo o que desejo apenas em pensamento único, que dissipa como água derramada, e o branco cresce, inexplicavelmente, pois dentro, tudo encontra-se transbordando de ideias e vontade de extrapolar-me. A liberdade espalha-se em mim, confundindo todas as linhas que tentei seguir; e assim fico, totalmente água ao chão, desejando o aquecer do amarelo maior, para transformar-me em outras possibilidades. Agora sinto, a saudade do que posso ser, a vontade de descobrir o cheiro que posso exalar para conectar intimamente a vida marcada nas nossas mãos. O âmago comum do mundo e eu, acreditando na complementação dos meus átomos com o inteiro que me rodeia. Misturando as cores todas, fazendo nascer-me mais uma vez ao sol, mudando a essência da minha esperança agora pequena, mas que cresce quando a beleza do eu, espalha-se pela imensidão do viver.
13 maio, 2011
Os versos que outrora transbordavam da sua boca,
escuto hoje pela fresta da porta.
As palavras derramados já não têm seus lábios,
porém, ainda tens a culpa do arrepiar na minha pele,
pelas lembranças do passado mais presente que vivo.
Não cabe em mim, conter o lacrimejar de saudade,
e o medo da ausência que não deixa de estar.
Não desejo mais seu corpo, nem você
desejo as cenas dos meu olhos de menina:
beleza sem fim, do amor inteiro.
escuto hoje pela fresta da porta.
As palavras derramados já não têm seus lábios,
porém, ainda tens a culpa do arrepiar na minha pele,
pelas lembranças do passado mais presente que vivo.
Não cabe em mim, conter o lacrimejar de saudade,
e o medo da ausência que não deixa de estar.
Não desejo mais seu corpo, nem você
desejo as cenas dos meu olhos de menina:
beleza sem fim, do amor inteiro.
28 abril, 2011
Palavriar
A palavra: lava e leva
Leva o decifrar do sentir, o racionalizar do amar.
Descreve o que não vejo e as vezes até o que não há.
Leva leve, mas pesa, sem penar
pode, até sufocar.
Ela corre aqui dentro e bruscamente pára,
tentando não gritar.
E quando grita, lava tanto, que o alívio toma lugar.
Mas quando não sabe-se usar pode despedaçar,
desperdiçando a leveza que nela há.
Maior que a beleza do dizer, é a do saber escutar.
Guardar é o grande dom de falar.
Leva o decifrar do sentir, o racionalizar do amar.
Descreve o que não vejo e as vezes até o que não há.
Leva leve, mas pesa, sem penar
pode, até sufocar.
Ela corre aqui dentro e bruscamente pára,
tentando não gritar.
E quando grita, lava tanto, que o alívio toma lugar.
Mas quando não sabe-se usar pode despedaçar,
desperdiçando a leveza que nela há.
Maior que a beleza do dizer, é a do saber escutar.
Guardar é o grande dom de falar.
15 abril, 2011
Mar de Arrepios
Enquanto brinco com o vento,
lembrando de tudo que não quero mais ser,
Você mistura sua fumaça no ar,
trazendo-me o cheiro nosso
(perfume e cigarros).
E chego tonta, fechando os olhos
tentando fugir,
Ir pra além mar.
Mar que sempre nos mostra seu ronco,
quando estamos sós.
Sua calmaria e seu raivoso som
Embala-me num desejo que controlo.
Latente,
Disfarçado em olhares de menina com medo de ser mulher
Mergulhada num mar de arrepios,
Afogando-me na dúvida da liberdade contida.
lembrando de tudo que não quero mais ser,
Você mistura sua fumaça no ar,
trazendo-me o cheiro nosso
(perfume e cigarros).
E chego tonta, fechando os olhos
tentando fugir,
Ir pra além mar.
Mar que sempre nos mostra seu ronco,
quando estamos sós.
Sua calmaria e seu raivoso som
Embala-me num desejo que controlo.
Latente,
Disfarçado em olhares de menina com medo de ser mulher
Mergulhada num mar de arrepios,
Afogando-me na dúvida da liberdade contida.
29 março, 2011
Breve Despertar
O breve despertar do riso
Acompanhando as tantas cores
De uma nova manhã
Os dizeres com duplas intenções,
E os olhares fixos incertos,
Absorvendo e transbordando palavras.
A chuva que chega,
Embalando o ritmo do amanhecer
E limpando a ressaca dos copos divididos,
Dos tragos suaves, como as nuvens que despertam.
Tantos sons,
Finitos.
Restamos nós
Como fazemos a cada fim de espetáculo,
Saboreando conversas bobas,
Direcionadas ao mais profundo do ser.
Somos almas expostas.
E mentiras nas verdades mais absurdas.
As taças rubras já sem cor e a maquiagem já escorrida,
Transparecendo o que não deixamos.
Mas ainda é beleza se assim quisermos.
E nossas percepções podem ir além do que é.
Não somente boca, não somente ouvidos.
Somos a união do todo.
03 março, 2011
Maria-Ninguém do Porto
anda em passos tortos, queimando ao sol
totalmente desvirginada pelo olhos cruéis,
poluindo seus ouvidos, com preconceitos.
tiraram-lhe a último gota de conceito,
transformando-a num animal sem cor,
apagando a sensível flor.
reclama apenas do mau cheiro,
exalado pelo hálito da soberba.
antes de morrer, já estamos fedendo.
totalmente desvirginada pelo olhos cruéis,
poluindo seus ouvidos, com preconceitos.
tiraram-lhe a último gota de conceito,
transformando-a num animal sem cor,
apagando a sensível flor.
reclama apenas do mau cheiro,
exalado pelo hálito da soberba.
antes de morrer, já estamos fedendo.
25 fevereiro, 2011
Fitou-me
Absorvendo com o olhar o desconhecido mais distante.
Esquecidos no tempo, procurou o mais profundo espaço,
O silêncio foi destruído somente pelo pulsar.
Nossa vontade imperfeita, interrompida
O impulso do desejo impudico explodiu, esgotando o ar.
Restou o arrepio com a lembrança,
Carícias minhas, querendo ser entregues a ti.
Pensamentos deslizando no ar,
Criando nuvens com imagens nossas.
Restou tanto desejo de juntar-nos,
Que todo lugar era possível de ver-te.
O beijo seu que ainda não se encostou ao meu,
Para misturar nossos gostos e confundir os cheiros.
O beijo meu que guardo apenas pra dar-te,
E sentir a pureza da plenitude da união
06 fevereiro, 2011
desenhar-nos
sujou o guardanapo com suas palavras fáceis
manchou em mim, um sentimento inapagável
trouxe desde o meu ventre, até todo o resto,
uma vontade de ter-lhe sempre como inspiração.
seus desenhos com palavras, era como um mapa;
encontrei todo sentimento em cada metáfora.
cospe-lhe tudo que pertencia a mim
foi uma entrega suja, porém inevitável.
como um vômito incontrolável e aliviante.
seriamos irrecuperavelmente "nós" a cada trecho,
a cada verbo, a cada rima.
Mesmo quando houvesse apenas palavras soltas,
juntaríamos, trazendo textos tolos,
falando de um amor, que tentamos.
manchou em mim, um sentimento inapagável
trouxe desde o meu ventre, até todo o resto,
uma vontade de ter-lhe sempre como inspiração.
seus desenhos com palavras, era como um mapa;
encontrei todo sentimento em cada metáfora.
cospe-lhe tudo que pertencia a mim
foi uma entrega suja, porém inevitável.
como um vômito incontrolável e aliviante.
seriamos irrecuperavelmente "nós" a cada trecho,
a cada verbo, a cada rima.
Mesmo quando houvesse apenas palavras soltas,
juntaríamos, trazendo textos tolos,
falando de um amor, que tentamos.
04 fevereiro, 2011
explosão do vazio
as lembranças tomaram conta de todo o vazio,
explodindo em esgotamento,
marcando o rosto, já cansado de pensar.
desejo uma enchente,
para levar tudo que restou e que ainda não consegui me separar.
procuro novas palavras, para falar do igual sentimento
que esqueceu de partir.
cansei se esperar por te, cansei de esquecer de mim.
explodindo em esgotamento,
marcando o rosto, já cansado de pensar.
desejo uma enchente,
para levar tudo que restou e que ainda não consegui me separar.
procuro novas palavras, para falar do igual sentimento
que esqueceu de partir.
cansei se esperar por te, cansei de esquecer de mim.
01 fevereiro, 2011
mm
seus olhos encontraram-me, despindo-me e vestindo-me de intenções. segui meus passos e sem querer, os seus; encontramo-nos numa mesma linha, buscando uma explicação no olhar não tão desconhecido, mas completamente novo. mudamos a direção e ainda assim, buscamos um ao outro, algo surgiu, como um êxtase. criamos uma aliança através de um simples olhar, que apenas um par compreenderia. é uma paixão e nada mais.
24 janeiro, 2011
Chá De.lírios
Cheiro a sutileza do jasmim, tentando me contaminar com sua delicadeza. Piso nas pequenas flores de jambo para enraizar a emoção da sua lindeza. Quero limpar com a ternura das pétalas, a escuridão que colhi para mim. Delírios.
O sentimento não é apagável. Obrigar a transformar-se no vazio, é apagar a mim. Degusto então, cada sensação, dentro e fora de mim, como o sabor inconfundível do amor. E enriqueço-me com a dor e a beleza do sentir.
O sentimento não é apagável. Obrigar a transformar-se no vazio, é apagar a mim. Degusto então, cada sensação, dentro e fora de mim, como o sabor inconfundível do amor. E enriqueço-me com a dor e a beleza do sentir.
19 janeiro, 2011
afogo em vícios meus pequenos detalhes
vejo absoluto desprezo em tudo ao redor
cansei de mim.
afogo-me em vícios, seus pequenos toques
quero esquecer.
desvendei nosso mistério.
apego
apenas esse sentimento desprezível restou-me.
acho bom, que seja tão feio o fim do nosso amor.
me conformo com essa ideia
sigo em frente e não digo nenhuma verdade a nosso respeito.
fim, as vezes é obrigado a ser belo
a dor não tem mais rima,
muito menos o amor.
então sigo em frente
mas não digo nada,
nem da dor
do amor.
vejo absoluto desprezo em tudo ao redor
cansei de mim.
afogo-me em vícios, seus pequenos toques
quero esquecer.
desvendei nosso mistério.
apego
apenas esse sentimento desprezível restou-me.
acho bom, que seja tão feio o fim do nosso amor.
me conformo com essa ideia
sigo em frente e não digo nenhuma verdade a nosso respeito.
fim, as vezes é obrigado a ser belo
a dor não tem mais rima,
muito menos o amor.
então sigo em frente
mas não digo nada,
nem da dor
do amor.
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